quinta-feira, 7 de abril de 2011

"DO PÓ DE PEDRA À PORCELANA"

Entrevista com o Boné Graffiti



Não é possível falar de graffiti, sem imaginá-lo como uma linguagem. É uma cultura que se define pelo imagético, pelo colorido, pelo espaço urbano, mas, principalmente pela origem na poesia hip-hop, das ruas dos subúrbios e sub-culturas urbanas, e do fato da imagem estar profundamente calcada na palavra. Muitas vezes uma cultura cria um imaginário e uma linguagem, o graffiti inverteu esta ordem, começou como uma linguagem dos oprimidos e agora se transforma em um caldo de cultura.

Não é mais um movimento aleatório e individualista, o grupo tem grande importância na vida destes artistas. Organizados em “crews”, “crew” palavra inglesa que significa na origem, tripulação, grupo, vai tomando ares tropicais, denominando várias organizações que vem se formando, e muito interessante, com fortes vínculos sociais e ligações com as comunidades onde esta arte aparece.

Para conhecer um pouco mais deste universo, blogamos uma entrevista com o grafiteiro “Boné”, fundador do MPV Crew – Mauá pra Vida, que aprendeu sua arte observando a rua, outros grafiteiros em São Paulo, e traz para nossa cidade de Mauá, a sua arte.

Para saber mais sobre o Boné e o MPV Crew:




Uma voz no invisível - Qual foi seu primeiro contato com as artes plásticas e ou visuais? Quando estas artes se destacaram em seu mundo?

Boné - Meu primeiro contato com a arte inicio com o break na antiga São Bento localizada em São Paulo, onde b.boy tinham escritas nas camisetas personalizadas com letras graffiti; ali aprendi umas técnicas. O primeiro graffiti meu apareceu na Av. Barão de Mauá, em 1996. Para mim todas se destacaram.

Uma voz no invisível - Em algum momento a escola formal (fundamental ou médio) criou em você interesse ou necessidade de fruição da arte e suas expressões?

Boné - Sim, a escola sempre foi um incentivo.

Uma voz no invisível - Em que momento sentiu a necessidade de se expressar como artista plástico?

Boné - Na verdade sempre estive na atividade. poucas vezes não tive oportunidade de me expressar.

Uma voz no invisível - Em que momento se viu ou sentiu ou foi reconhecido como um artista plástico?

Boné – Reconhecimento, sim, sempre temos.


Uma voz no invisível - Existiu ou existe uma pessoa em especial que lhe inspirou neste caminho ou lhe incentivou de forma positiva?

Boné - Minha família, meus amigos que sempre elogiam meus trabalhos; isto se torna incentivo positivo.


Uma voz no invisível - Qual a sua formação na área de artes plásticas e ou visuais (mesmo as informais; oficinas, de pesquisa individual, autodidata ou coletiva e outros)?

Boné - A rua.


Uma voz no invisível - Participa de algum coletivo, grupo ou outra forma de agremiação de artistas, mesmo que não envolva a produção, mas também a mera discussão das expressões e meios de produção ou puro contato com seus pares?

Boné - Sou fundador de uma crew com o nome de MPV (Mauá pra Vida); atuante desde 1998. Hoje somos em 4 [ Boné, Kel, Hugo e Guego.]


Uma voz no invisível - Existe alguma técnica em que se especializou? Faz outras experimentações?

Boné - Sempre estou me especializando, experimentações, arte em telas.


Uma voz no invisível - Destaque alguma exposição (mostra ou outros) ou exposições das quais participou, de forma individual ou coletiva, que considere importante ou fundamental (artística ou afetiva) em sua atuação.

Boné - Uma delas está acontecendo agora na Ação Educativa em São Paulo em coletivo com artistas renomados.

Uma voz no invisível - O que acha de subsídios oficiais para produção de artistas? Se utiliza ou já se utilizou destes recursos? O artista deve ser também um burocrata?

Boné - Ótimo, eu tenho patrocínio individual de uma empresa de spray [ i9 color] tem me apoiado muito e carrego este nome em minhas artes. A burocracia não é ruim.


Uma voz no invisível - Dê a sua opinião sobre o ensino de arte na escola formal e outras formas de educação.

Boné - O que eu faço aprendi literalmente nas ruas de São Paulo. A escola foi um suporte sim, aprendi a ler e escrever.

Uma voz no invisível - Quais suas influências? Algum artista ou grupo de artistas lhe serviu de inspiração para seu trabalho ou lhe incentivou a produzir arte?

Boné - Sem influencia, busco em mim mesmo a capacidade de aprender, incentivo sim. Hoje uma revista chamada [Graffiti Poético], [i9 color] e minha família são meus apoios pra continuar.

Uma voz no invisível - Neste momento você tem a palavra, fale sobre, dê sua opinião ou alguma informação que não foi revelada pelas questões anteriores e que considere pertinente ou simplesmente queira dizer. Rasgue o verbo!

Boné – 1º [agradecer a DEUS por nos dar sabedoria para continuarmos a lutar]; 2º [todos que colaboram para que continuemos a pintar]; 3º [ meu patrocinador (i9 color) e a revista Graffiti Poético] e muito a minha mulher e meu filho que acreditam no que faço. [ops O artista pode ser bom no que faz mas a humildade o respeito ele tem que carregar no coração, ninguém é melhor que ninguém.
[[[ Nunca tente imitar as pessoas que se dizem ser as melhores em tudo, ser original é uma qualidade superior as imitações ]]] autor Boné.
Forte Abraço.



Valeu Boné!




quarta-feira, 6 de abril de 2011

"DO PÓ DE PEDRA À PORCELANA"

Fotos em preto e branco de Cecília Camargo. 

http://dopodepedraaporcelana.blogspot.com/

Visitação: 08/04 a 30/04/2011
Indicação: Livre
Entrada Gratuita



Local - Museu Barão de Mauá -
Casa bandeirista do início do século XVIII, construída em taipa de pilão, com alpendre, sótão e telhado de duas águas. Atualmente abriga o Museu Barão de Mauá, em homenagem a Irineu Evangelista de Sousa, pioneiro da industrialização no Brasil.
Rua Dr. Getúlio Vargas, 276 – Vila Guarani – Mauá - SP
Horário para visitação: Segunda a sábado, das 9h às 16h
Informações, agendamento de visitas e inscrições para oficinas e cursos pelos telefones 4519-4011 ou 4519-6456

DO PÓ DE PEDRA À PORCELANA

"DO PÓ DE PEDRA À PORCELANA"



Exposição de fotografias.

Do pó de pedra à porcelana é o foco da interferência humana na argila que serviu de leito para os rios da cidade. Fica o registro da relação entre a produção industrial e as mãos que percorrem a dureza da pedra e a delicadeza da porcelana. Peças que levam a marca das pessoas que as tocaram e pessoas que levam a marca da fábrica que as envolveu. Fotografias de Cecília Camargo. As fotos da exposição também geraram um livro de postais, onde as fotos são apresentadas junto com fragmentos de poemas do poeta da cidade - Edson Bueno de Camargo.

O processo de decoração das peças de porcelana são de tal forma delicados, que consistem em uma artesania, tão preservados em sua forma original, que as fotos parecem de época.

Fotos em preto e branco de Cecília Camargo. 

http://dopodepedraaporcelana.blogspot.com/

Visitação: 08/04 a 30/04/2011
Indicação: Livre
Entrada Gratuita



Local - Museu Barão de Mauá -
Casa bandeirista do início do século XVIII, construída em taipa de pilão, com alpendre, sótão e telhado de duas águas. Atualmente abriga o Museu Barão de Mauá, em homenagem a Irineu Evangelista de Sousa, pioneiro da industrialização no Brasil.
Rua Dr. Getúlio Vargas, 276 – Vila Guarani – Mauá - SP
Horário para visitação: Segunda a sábado, das 9h às 16h
Informações, agendamento de visitas e inscrições para oficinas e cursos pelos telefones 4519-4011 ou 4519-6456